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domingo, 16 de outubro de 2011

Crossplay, elas vestem seus heróis

Olá!


Esse é mais um vídeo. Dessa vez é um Documentário, realizado como parte de minhas produções em 2010 na graduação do curso de Jornalismo.

Crossplay, elas vestem seus heróis


A proposta , resumidamente, é a seguinte:

O Cosplay (Do inglês Costume Play, “roupa de brincar” ou “jogo de fantasia”), é uma forma de se entreter, um hobby, em que pessoas se fantasiam, construindo e comprando acessórios de seus personagens favoritos (filmes, séries, livros, games, mangás e animes) e interpretam esse personagem, seja em fotos, apresentações, ou mesmo entre amigos em eventos do gênero. Muito praticado em eventos da cultura japonesa que reúnem fãs e adeptos, o cosplay se originou nos EUA, mas se difundiu e se espalhou pelo mundo à partir do Japão, junto com os animes e mangás nos anos 90.
Em eventos que são realizados ao longo do ano, esses cosplayers (aqueles que fazem cosplay) se juntam como numa grande feira para desfilarem, fotografarem e apresentarem suas interpretações, muitas vezes valendo prêmios altos para aquele que estiver mais parecido e realizar a melhor interpretação. Muito além da economia, o hobby movimenta muitos jovens e também adultos com gosto pelos quadrinhos japoneses.

A proposta foca no cosplay, não simplesmente com o objetivo de explicar o que é e como é, queremos focar em uma classe específica: Meninas que fazem cosplays masculinos, uma prática comum no universo dos fãs.

O Cosplayer quando se veste de um personagem do sexo oposto também é conhecido como “Crossplay”.

Um fenômeno comum que ocorre dentro desse cenário é exatamente isso, o fato

de meninas se vestirem de personagens masculinos.

Vamos documentar o perfil dessas pessoas, mostrando como e por que isso ocorre. Se dentro disso envolve questões sexuais, culturais, pessoais, etc.
Mostrar também o cosplay de cada uma delas. Entender como o hobby influencia a vida delas entre outras curiosidades desse cenário, acompanhando os eventos, com entrevistas e análises de pessoas entendidas sobre a cultura japonesa.



Lembrando que foi um vídeo experimental, com certeza poderia ser melhor. Créditos no fim do vídeo!

Obrigada,

Agnes

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

[Vídeo] Donna

Vídeo realizado para a matéria "Fotografia para Cinema e Vídeo" do meu curso de Pós Graduação.

Realização:

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

ADRIANO STRALIOTTO
AGNES AVELINO
AMARILIS PORTO
CARLOS NASCIMENTO JR.
CIBELE NOGUEIRA
FÁBIO BISPO
FREDERICO GUERREIRO
IZABELLA BRITO
JOÃO VICTOR CUNHA
JULIANA BRIGATTI
LEANDRO REIS
LEO NORONHA DEDONNO FILHO
NICOLY PIERUCCI
RAFAEL DA COSTA
SUELEN CIRELO
THAISSA COSTA
VITOR VENÂNCIO

RESUMO

Este projeto tem por objetivo desenvolver uma linguagem cinematográfica
através das técnicas de fotografias para cinema e vídeo discutidas em aula. Passando
também por roteiro, decupagem de roteiro, decupagem de cortes, produção geral e
técnicas e ferramentas de montagem para finalização do projeto.

Uma história baseada nos anos 30, jogo de pôquer, chefão, mulheres e traição.

para assistir:


ANEXO:




Abraços,

Agnes

TCC - RPG como instrumento Pedagógico

Para organizar melhor, criei esse post.

Resumo do trabalho:

Esse trabalho, uma grande reportagem feita para a revista “Nova Escola” sobre o RPG – role-playing game (jogo de representação de papéis), tem como recorte principal o uso do jogo como uma ferramenta lúdica e pedagógica, já conhecida, porém ainda não muito explorada pelos educadores. Além de enumerar suas principais potencialidades para o ensino, como a interatividade, a motivação de pesquisa, vivenciar o conteúdo e envolvimento social, o trabalho trata também das dificuldades e obstáculos desse recurso (exageros da mídia, falta de conhecimento dos educadores, burocracias educacionais). Por meio de testemunhos de especialistas e estudiosos do tema e de professores e alunos que fazem uso do jogo na prática, a reportagem mostra que o RPG é um meio que não visa solucionar por completo as defasagens encontradas no universo educacional brasileiro, mas ainda assim é uma ferramenta de apoio ao educador, capaz de proporcionar melhorias significativas ao ato de ensinar e aprender. O RPG, além de entretenimento, também pode ser um instrumento pedagógico eficiente, ajudando a inovar na sala de aula.

TCC de Jornalismo (finalizado em 12/2010) foi uma Grande Reportagem direcionado para a revista Nova Escola com o tema de RPG (role-playing game) como instrumento pedagógico.O TCC foi apresentado na Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação do professor Francisco Bicudo.Minha companheira nesse trabalho -que foi realizado em dupla - foi a Amanda Palestino.

Título: RPG: Aventura de Ensinar

Você pode fazer o download da Revista Diagramada aqui: http://www.4shared.com/document/Y18jNpyV/final_revista.html

Ou ler o conteúdo parcialmente postado nesse blog, em partes:
Parte 1: http://bookofangel.blogspot.com/2011/06/rpg-aventura-de-ensinar.html
Parte 2:
http://bookofangel.blogspot.com/2011/06/continuacao-de-rpg-aventura-de-ensinar.html

Parte 3: http://bookofangel.blogspot.com/2011/06/rpg-aventura-de-ensinar_17.html
Parte 4:
http://bookofangel.blogspot.com/2011/07/rpg-aventura-de-ensinar-final.html

Abraços,

Agnes

sábado, 30 de julho de 2011

Review - Octavio Café

Procurando um bom lugar em São Paulo para um café?

Review – Octavios Café

Um sábado nublado, vazio de idéias... O que fazer em São Paulo, essa capital gigante? Eu gosto de cafés, mas são raros lugares bonitos e bons com esse propósito. Joguei no Google e voilá, Octavios Café. Eleito melhor café e blá blá blá. Eu fui.Fui sem nenhuma expectativa e chegando lá, superei todas que eu poderia ter. Eu e minha acompanhante, Jack, fomos recebidas na porta por uma hostess que nos levou para nossas poltronas. O lugar é grande, bem decorado, com sofás, poltronas, revistas (Como podem ver nas fotos, as que eu tirei com meu celular e as que peguei no site deles) e todos os atendentes bem vestidos e atenciosos. Tem até um piano de cauda lá.
O preço? Justo para a qualidade dos produtos. Bebemos um capuccino com chocolate belga, cerca de 8 reais, um porção de pastéis cerca de 17 reais.
As fotos que tirei são para o destaque do lugar: O chá. Um chá maravilhoso de flores e frutas, completamente bem servido e cheiroso, um dos melhores chás que já tomei, na verdade. Também por volta de 8 reais (os mais bem gastos, na minha opinião).



Comemos, além da porção de pastéis, deliciosa, uma de bolinhos de queijo...Petiscos muito bem servidos também.

Eu lá: e a Jack:


Fácil acesso, com estacionamento (pago) no lugar com manobrista.

Conclusão: Super recomendado. ♥♥♥♥♥
Endereço: Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.996 - Jd. Paulistano – Horário de Funcionamento: Segunda a Sexta: 8h às 23h. Sábado: 10h às 23h.Domingos e Feriados: 10h às 22h
Para mais informações acesse o site deles:
http://www.octaviocafe.com/port/default.asp


Abraços,

Agnes

quinta-feira, 28 de julho de 2011

RPG, a aventura de ensinar - final -

É, decidi postar tudo de uma vez pra acabar logo com isso, que leiam os corajosos.

http://bookofangel.blogspot.com/2011/06/rpg-aventura-de-ensinar_17.html

Exemplo da diagramação:


Francisco de Assis Nascimento é professor de Física no ensino médio do Colégio Guilherme Dumont Villares, localizado no bairro do Morumbi, em São Paulo. Ele usa com sua turma o RPG. Para o educador, a grande dificuldade é tornar determinado conteúdo representativo para o aluno, mostrar que aquilo é necessário. “Ensinar Ótica, por exemplo, é complicado, você não entende. Mas se você fosse um índio e precisasse pescar com arco e flecha, você saberia a lei de Snell intuitivamente.” Para aqueles que não lembram, a lei de Snell é uma expressão que se dá ao desvio angular de um raio de luz ao passar para um meio com índice de refração distinto do qual ele estava percorrendo. Ele explica e completa: “Quando um índio pesca, ele sabe que não se deve mirar diretamente no peixe, porque o peixe é vazio. Você tem que acertar a “alma” dele, que fica escondida debaixo da barriga. Ele não sabe a lei de Snell, mas entende que a imagem sofre um desvio por causa de água. Então, ele tem que acertar em outro ângulo.” O RPG entra para mostrar ao aluno a utilidade desses fenômenos.

Francisco desenvolve vários projetos de aulas utilizando-se do jogo. Uma de suas encenações prediletas é sobre a criação da Bomba Atômica. A história começa com uma guerra entre dois reinos e com a propagação de uma doença contagiosa. A turma assume papéis de pesquisadores de cura, e os alunos aprendem sobre propagação em série, fissão do urânio etc.

O professor conduz a narrativa, para que os estudantes tenham noção de como funciona uma bomba atômica. Para viajar entre os reinos da história, utilizam cavalos que correm na velocidade do amanhecer. “Cada cavalo tem uma cor, isto é, fica associado a um comprimento de onda, que por sua vez está relacionado à onda eletromagnética. Dependendo da massa do personagem, ele pode cavalgar só um tipo de onda (ou cavalo). E quando está se movendo em cima do cavalo, que no caso é a onda de luz, está obviamente experimentado todos os movimentos relativísticos daquele momento. Diz Francisco: “Se no RPG tradicional você usa magia, por que não substituir magia por ciência?”

O professor diz ainda, que o jogo deve ser aplicado em um momento extra-aula, como uma atividade à tarde, uma vez por semana. Pois, para ter o efeito desejado, não deve ser algo obrigatório. “Você não pode virar para um aluno e mandar ele jogar: Vá se divertir, agora!” Para quem não quiser aderir, o professor oferece outra atividade.

O resultado, nas aulas dele: de cada dez grupos, é certo que pelo menos oito deles consigam chegar à conclusão e ao objetivo inicial proposto por aquela aula. Aprendem o conteúdo e desenvolvem interesse pelo que estão estudando. Acabam por pesquisar mais e por conta disso o número de aprovação na matéria dele sobe. “Você aprende muito mais se você estiver gostando do que você estuda do que daquilo que te foi imposto”,diz o professor.

O RPG muitas vezes é lembrado pelo fato de seus jogadores aparecerem frequentemente fantasiados, e por ser um jogo interativo. Esta interatividade pode ser tão grande que a atividade se torna algo próximo de uma peça de teatro. Esta modalidade é conhecida como Live Action. No ensino, é raramente usado, por conta da exigência de organização de espaço e material - geralmente é bastante trabalhoso. Mas a professora de História do Colégio Pueri Domus da Chácara Santo Antônio, Neuseli Martins Costa, mestre em Educação, Arte e História da Cultura, conseguiu utilizar algo parecido. Baseando-se na Revolução Francesa, montou uma narrativa e pôs seus alunos para interpretar papéis da época. Tiveram que se dedicar intensamente, a ponto de pesquisar roupas a serem usadas e até expressão gestual da época. É um RPG que exige ainda mais dedicação e elaboração.

Os estudantes representaram grupos sociais específicos e se envolveram com o processo histórico, começaram a entender “quem era quem” na revolução, suas funções, o que cada classe defendia e por que agiam daquele jeito. Tudo de forma interpretativa, como no teatro, e com a professora guiando a narrativa. No caso, a preparação feita antes da aplicação do RPG concluiu-se da seguinte forma: Neuseli havia passado o conteúdo e os conhecimentos básicos da história para que sua aula fluísse como deveria. O jogo terminou com ao fim da revolução, quando Napoleão Bonaparte subiu ao poder.

“Tem um teórico chamado Gadamer (Hans-Georg Gadamer), que tem um livro nomeado Verdade e Método, onde ele defende que a melhor forma de aprendizado para o aluno é o jogo. E ele sustenta esta ideia porque o jogo, além da questão do conteúdo pedagógico que você pode trabalhar, apresenta também valores, princípios, conceitos. Então, o jogo é bastante falado como um meio de aprendizagem eficiente”, destaca Neuseli

Maurício Rosa fez sua tese de mestrado e doutorado sobre o processo de ensino-aprendizagem na área de Matemática. Ele conta que começou a pensar em usar o RPG como recurso após uma experiência vivida em sala de aula com um aluno que simplesmente não se conectava à aula. Certa vez, o estudante apareceu com um CD-ROM de jogos estratégicos. Maurício se encantou pelo conteúdo, e por conta dele, começou a ter mais contato com o aluno. “O prazer do jogo, a idéia de poder criar, é um potencial do RPG, de jogos estratégicos”, conta ele.

Maurício atualmente dá aulas de Cálculo na Universidade Luterana do Brasil, ULBRA, aplicando RPG aos alunos de graduação. Em uma aula sobre Integrais Definidas, o professor pensa em como seus alunos poderiam chegar a algum resultado, utilizando a aplicação tradicional, criando um contexto em volta, sem mudar o foco principal, obviamente. “Vou construindo aos poucos, os personagens vão dando soluções para aquela problemática até chegar ao conceito”. Maurício não consegue colocar cada aluno para interpretar um papel – já que sua sala tem um grande número de alunos. Monta grupos e cada um deles interpreta determinado personagem.

Eliane Bettocchi já fez diversas pesquisas que resultaram em publicações sobre o uso do RPG. Professora do curso de Design da UFJF, que usa RPG como base em algumas de suas atividades.

Eliane, em um primeiro momento, explica o conteúdo teórico e como seus alunos terão que aplicar o recurso, por exemplo, em um projeto de videogame. “Cada um escolhe um perfil profissional (personagem) e se autoavalia em termos de competências. Fazemos exercícios sobre a situação do projeto em aula, que são consolidados num relatório. Comparo este relatório com a autoavaliação do aluno, na planilha de perfil (a ficha do personagem) e dou a nota pela diferença (os pontos de experiência)”. Num jogo de RPG, cada personagem vai acumulando “pontos de experiência” em sua ficha, conforme avançam na aventura ou completam missões e objetivos. Eliane diz que os resultados têm sido ótimos, há um envolvimento maior da parte dos alunos para com o conteúdo da aula, consequentemente um melhor resultado na hora de apurar as notas. Diz que tem que haver a cobrança do professor, não dos conteúdos, mas da capacidade dos jogadores de aplicarem estes conteúdos no momento do jogo. “Pelos resultados das minhas pesquisas, os professores têm mais dificuldade de lidar com o lúdico do que os alunos. Uma vez que o professor se entrega à atividade sem parecer forçado, os alunos embarcam, e o lúdico da narrativa permite a eles enxergarem as aplicações práticas e os motivos de se aprender os conteúdos” e, por isso, o RPG dá certo em suas aulas.

Ela pretende experimentar ainda outras formas de aplicar o RPG, baseando-se no jogo tradicional, com cenários que podem ser históricos, ficção científica, ou até fantasia tolkiniana. O leitor que conhece RPG vai entender que muitos cenários medievais e fantásticos tiveram a influência do famoso autor da trilogia de Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien. A expectativa é criar neles, nos alunos, um elo afetivo com suas respectivas personagens.

A partir disso, seus alunos construiriam visualmente estas personagens, desde os esboços até a arte final, amparando-se em História da Arte, Linguagem Visual, Técnicas Artísticas. “Cria-se um elo afetivo que, sendo saudável, desperta o "tesão" pelo que está sendo vivenciado. A afetividade é um dos principais veículos para o aprendizado. Sem interesse, sem desejo, não se presta atenção”, conclui a educadora, que por experiência própria diz que não gostava de aprender História, mas depois que começou a jogar, hoje tem vários livros sobre História do Brasil e do Mundo.

Dinamara Garcia Rodrigues conheceu o RPG graças à Literatura. Traçando um caminho que passa por Clarice Lispector, que traduziu o livro Entrevista com o Vampiro, de Anne Rice, ela chegou aos livros de RPG tradicionais nas prateleiras das livrarias. Formada em Letras e com doutorado em Teoria da Literatura, diz-se escritora experimentalista em RPG, além de dar aulas para os cursos de Moda e Comunicação na Unirp - Centro Universitário de Rio Preto.

Jogadora assídua, já realizou diversas palestras para professores e oficinas em universidades, principalmente em São José do Rio Preto, sobre a aplicabilidade do jogo. Defende principalmente que os jogos de RPG ajudam na escrita e no desenvolvimento da linguagem do jogador. “Graças à leitura dos sistemas, à pesquisa histórica e até de figurino, o errepegista vai acompanhando diferentes conteúdos de diversas disciplinas, sem perceber que está estudando. E, por ler muito, acaba por escrever cada vez melhor, fugindo da escrita fragmentada, frágil e superficial que a língua portuguesa vem adquirindo no ciberespaço, denominada ‘internetês’”. O internetês é aquela linguagem abreviada que a maioria dos adolescentes utiliza em mensagens e conversas na internet, em e-mails e redes sociais

Dinamara fala também do RPG jogado em chats na internet, onde você interage com textos, escreve descrições de cenas, falas, situações para seus parceiros, como se contassem uma história juntos. Desta forma, o RPG estará trabalhando a literatura e a escrita do aluno naturalmente. “Toda vez que eu entro para dar aula em uma sala pela primeira vez, eu os convido a entrar no chat”.

Para esclarecer ainda mais a funcionalidade do RPG, além dos exemplos colocados pelos profissionais, o pedagogo Rafael Rocha diz: “Deve-se focar a atenção no funcionamento do cérebro humano. Independentemente de se determinada situação é real ou imaginária, o cérebro aceita-a como verdadeira. Sendo assim, simulando situações-problema, o jogador estará vivenciando aquela dinâmica. Pensando assim, imagine a eficiência do impulso lúdico associado à experiência coletiva de abstração e criatividade, sem sair da sala de aula”.

RPG + Inclusão

Carlos Klimick, que logo no início dessa reportagem destacou os benefícios do RPG pedagógico, teve oportunidade de usar o jogo em sala de diversas formas, principalmente nas áreas de Português e Literatura. Mas um de seus trabalhos de destaque é sua dissertação de mestrado, em que se mostra a utilização do RPG para auxiliar no aprendizado linguístico e cultural de deficientes auditivos, por conta de sua interatividade. O trabalho chama-se “Construção de personagens & aquisição de linguagem - o desafio do RPG no INES” e foi desenvolvido no Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), do Ministério da Educação, com crianças de 6 a 7 anos.

A aventura se chama “Zoo” e se passava em um zoológico, onde as crianças tinham que fugir de animais. O objetivo era auxiliar estes alunos na aquisição de linguagem. Para isso, usava a característica de hipermídia do RPG, suporte digital, utilizando um site na internet e também flanelógrafo, que é uma flanela verde, com as figuras recortadas em cartolina e velcro atrás. “As crianças podiam manusear as figuras de cartolina no velcro! O que as fazia participar da construção, visualização e entendimento da narrativa, mexendo os personagens dentro do cenário.” A interatividade evidente desses recursos tão atrativos acabou dando o efeito correto, positivo.

O psicólogo Alfeu Marcatto também teve experiência dando aula para crianças surdas. “Não deu cinco minutos, eu já estava fazendo sinais. Estávamos nos comunicando de algum jeito! E as professoras também”, conta. Diferente de Klimick, Alfeu usava o método de contação de histórias tradicional nas aulas. Ele não sabe LIBRAS, a linguagem de sinais. Mas com a ajuda dos outros professores e o envolvimento de todos, a comunicação fluiu exatamente como deveria com as crianças. De forma divertida e interativa. A aventura de que ele tratou nesta narrativa falava sobre alienígenas, discos voadores e espaçonaves. As crianças que ainda não sabiam os sinais inventavam códigos próprios, dando jeito de se comunicar com o grupo. Para os outros professores foi espantoso ver seus alunos mais bagunceiros participando seriamente da aula ministrada por ele. Segundo Alfeu, “era porque a coisa ali estava séria. Tínhamos perigo, tínhamos extraterrestres!” Ele explica que crianças e adolescentes levam jogos a sério, às vezes mais do que uma atividade de conteúdo pedagógico comum, onde não há riscos. “Quando a pessoa entra no jogo, ele se torna sério, comprometido. Afinal, você não quer morrer, não quer perder ponto. Aquilo é muito importante. Então, eles se dedicam”.

Quando o educador constrói uma aventura, deve se preocupar com o aspecto pedagógico. Já quando se aplica esta aventura, a preocupação deve estar com o aspecto lúdico. “Você sabe que vai atingir o objetivo pedagógico porque construiu a aventura para isso!”, diz Alfeu Marcatto. Quando um aluno se dedica a algo e consegue perceber que está realmente aprendendo, o resultado é imediato e há empenho para saber sempre mais sobre o determinado assunto. Contribuindo assim, para seu aprendizado. O psicólogo, também prepara aventuras de todas as matérias e projetos de diferentes disciplinas para passar a professores interessados pelo recurso. Marcatto já chegou a passar aos que se prontificaram aventuras que vão de educação física à religião.

Ele descreve um caso que ocorreu em uma escola pública de ensino fundamental na favela de Heliópolis. A professora estava dando aulas para uma classe de 3º ano, com alunos completamente analfabetos. Nisso, ela resolve obter o material na Fundação Roberto Marinho, onde Marcatto deixou vários projetos de educação ambiental para o Brasil inteiro, que foi distribuído em diversas escolas. Eram filmes, textos, livros e fitas de áudio. Então, já com as atividades, a professora as usou para alfabetização destas crianças. Em um ano, estavam lendo e escrevendo.

Portanto, se há um objetivo a cumprir e a proposta da atividade é levada a sério, o nível de sucesso a ser atingido na aplicação do RPG pode ser o mesmo em relação a qualquer outro recurso. Há uma maneira certa de usar cada recurso em sala. Caso contrário, ficará tão entediante quanto uma técnica qualquer e deixará de ser eficaz.

Para isso, é preciso que todos entendam os objetivos e estejam comprometidos com o mesmo. É o que destaca a professora de Português Luzinete de Oliveira Aio, da Escola Municipal de Ensino Fundamental General Othelo Franco, no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo. “Com todos de acordo, objetivos passados e compreendidos, havendo finalidades concretas e já com todas as adaptações necessárias realizadas, temos a possibilidade de viabilizar o RPG. Pois o entendimento é um fator que favorece a aplicação deste recurso. A intenção é unir alunos. Fazer com que haja comprometimento. Quando isso não acontece, temos um ponto desfavorável. Algo que pode desencadear a falta de adaptação dos alunos e professores. Consequentemente, uma desistência da técnica.”

Dificuldades e obstáculos

Agora, muita atenção: como os próprios especialistas e educadores dizem, o uso do RPG como ferramenta pedagógica não pode ser considerado a salvação do ensino brasileiro.

Existem obstáculos para a aplicação de um recurso como o RPG em salas de aula, para Eliane Bettocchi, alguns deles seriam: “Obstáculos administrativos. Ou seja: Horários, salários e arquitetura das instituições”.

Elaine Maria Salies Landell De Moura foi diretora do colégio particular Santana, localizado na zona norte de São Paulo, e atualmente leciona na Universidade Anhembi Morumbi, nos cursos de Letras e Pedagogia. Eliane conhece o RPG tradicional e chegou a assistir Live-Actions realizados no bairro do Ibirapuera, que aconteciam à noite com um grupo chamado São Paulo By Night (Projeto de Live-Action baseado no RPG lançado pela editora Devir, Vampiro - a Máscara, usando como cenário a cidade de São Paulo). Mas nunca tinha ouvido relatos sobre o uso do jogo com foco educacional. “Eu usaria, mas para tanto eu precisaria entender melhor. E aí seria interessante que houvesse a possibilidade de existir capacitações aplicando o RPG dentro da aérea pedagógica, para que fosse uma didática”, diz.

A professora e pesquisadora Magda Medhat Pechliye orientou trabalhos sobre o assunto e pesquisas que não envolvem apenas o RPG, mas jogos em geral como um recurso pedagógico. Ela diz, com toda propriedade, que não são poucos os motivos que fazem do RPG algo pouco utilizado pelos educadores. “Podemos listar o não conhecer o RPG; não dispor de tempo para organizar atividades diferentes; não estar disposto a mudar sua forma tradicional e talvez, ainda, o medo de trabalhar com uma atividade em que os resultados não são previsíveis”.

Ao confirmar o argumento sobre falta de tempo e pouca disposição para mudanças, a diretora Miriam Christina de Andrade Rodrigues, da Escola Estadual Plínio Negrão, localizada na Vila Cruzeiro, bairro da zona sul de São Paulo, diz que qualquer projeto, novidade ou diferencial referente ao cronograma escolar deve ser notificado para a coordenação pedagógica da escola para que passe por uma aprovação. Caso aprovado, é aplicado em sala. Em um outro momento, confessa que não conhece o recurso e nem quem tenha usado o RPG como instrumento de ensino. Após uma breve explicação sobre, se anima ao saber das eficácias propostas pelo mesmo. Mas visto que é um recurso que exige empenho, comprometimento e criatividade, ela nos fala sobre a já mencionada carência: “Todo projeto precisa passar por uma aprovação. Adicionar métodos com novas propostas é algo difícil. Dão preferência aos recursos de que todos já têm conhecimento. Pois, sendo novo, passa a envolver rotinas de pessoas que nem sempre estão dispostas a mudar. Aqui, não há tempo, e acredito que a maioria das escolas tanto públicas quanto particulares, pense da mesma forma. Às vezes, não se tem nem professor, nem alunos interessados suficientes. Enfim, posso te afirmar isso. Portanto, a proposta pode ser muito boa. Mas, por aqui, tenho plena certeza de que não seria possível integrar o RPG tanto no horário normal de aula, quanto em algo fora deste horário”.

Mas então, como se dá a aprovação de um projeto? Quem revela o caminho das pedras é o professor e assistente de diretor, Alexandre Kanaan, também da Escola Municipal de Ensino Fundamental General Othelo Franco e formado em matemática pela Universidade São Judas Tadeu: “Qualquer nova técnica de trabalho que for desenvolvida na rede pública deve passar pela aprovação da coordenação pedagógica. No caso, existe um projeto chamado “Ler e Escrever”, que serve para todas as escolas. E dentro dele deve estar inserido qualquer trabalho diferente. Talvez o RPG pudesse ser aplicado e ter sua viabilidade. Mas, como mencionei, precisaria verificar se seria possível inseri-lo, se ele se encaixa na proposta do “Ler e Escrever”. Toda essa preparação é exigida, pois é preciso disponibilizar espaços e professores para a realização das atividades. O professor querendo usar RPG como método precisa passar pela coordenação pedagógica da escola, agora, se fosse para fazer do RPG uma matéria, ensinar professores ou alunos a jogar o RPG, aí a autorização deve vir da Secretaria da Educação”.

Sistema? Preconceito? Acomodação? Ricardo Ribeiro junta os três em sua análise. “O RPG pedagógico é um recurso muito recente e pouco socializado. Além disso, embora sua aplicação não necessite de muitos recursos, sua preparação exige dedicação e tempo do professor. Nesse ponto chegamos a dois tipos de profissionais: aquele que trabalha como louco em várias escolas, com centenas de alunos, e não dispõe de tempo para preparar uma aventura de RPG, e outro que não pretende ter mais trabalho além do que já exerce e está satisfeito com o seu desempenho”. Ou seja, a aplicação do RPG nas escolas depende também das condições de trabalho oferecidas e garantidas ao professor, que nem sempre são as ideais e mais adequadas, seja no setor público ou no segmento privado.

Em função desse cenário, de uma rotina desgastante e por conta do fato de nem sempre ter sua profissão e dedicação reconhecidas, surge a desmotivação do educador para criações novas, como destaca Rafael Rocha. “A estrutura da educação atual usa de uma rigidez curricular que desmotiva o educador, deixando-o engessado para desenvolver seus processos naturais junto ao aluno”. Rafael é pedagogo especializado em ludo-criatividade. Segundo ele, a rigidez do sistema de ensino insiste em ser “conteudista”, sem prestar atenção às necessidades do professor e do aluno. “Esse é o principal entrave para uma educação com a felicidade do brincar”.

De acordo com o pedagogo, a aplicação de um jogo didático, como o RPG, em sala de aula, “não é postura de profissionais cômodos”. É difícil, vai além do plano de aula corriqueiro, e poucos educadores tradicionais querem arriscar algo novo.

Mas e quanto aos alunos? Será que estariam dispostos a essas novidades como rotina pedagógica? Existem também aqueles já acostumados com a dinâmica tradicional de aula: leitura, memorização e reprodução. Esses costumam ter dificuldades em imaginar, criar e ser um indivíduo ativo com relação ao aprendizado.

A professora Neuseli fala desses estudantes: “Eles querem “o livro”, “o capítulo”. Dizem: “Eu tenho que estudar aqui”. E então, você fala: “Não, não é assim que eu quero que você estude. Preciso que você veja outro lado”. Existe sim um certo conservadorismo por parte dos alunos”.

Como o próprio Francisco de Assis diz, nas aulas que dá, às vezes aparece aquele aluno que não quer participar ou participa de má vontade.

Os Vilões: mídia x violência

As mídias, seja a televisão, a internet, podem ser consideradas responsáveis pelos rótulos negativos do RPG? Muitas vezes o jogo tradicional é ligado a assassinatos, rituais, vícios, dentre outros pontos negativos, e que já foram citados e tratados de maneira inadequada pelos veículos de informação.

Por falta de conhecimento, a mídia acaba “demonizando” os RPGs. “Tem gente que mata por futebol, mata por religião, mata porque viu algum filme...” Comenta o professor Francisco de Assis.

“É terrível, porque o RPG tem quase 40 anos no mundo e são milhões de jogadores de RPG no mundo há décadas”, diz psicólogo Alfeu Marcatto.

Um exemplo de notícia veiculada pode ser o caso ocorrido em outubro de 2001, na cidade de Ouro Preto, onde assassinaram uma menina num ritual de magia negra. A mídia estabeleceu relação direta com o jogo. Em resumo, dizia que os autores tinham cometido o crime porque eram praticantes de RPG. Marcatto diz que sua vontade era ir até a cidade, na época, para ajudar no julgamento e servir como perito de defesa do RPG. “Fiz até uma analise que foi mandada para o tribunal. Mas no final, não foi nem necessário. Porque o juiz decidiu que não havia nenhum indício que pudesse conectar o RPG ao caso”. Ele ainda comenta que a mídia tem um papel muito delicado, uma missão muito difícil, que é mostrar a notícia sem dar o veredicto, sem fazer o julgamento, ser imparcial. E que neste caso foi errado agir da forma pela qual os veículos agiram.

Como psicólogo, ele diz que faz parte do desenvolvimento e amadurecimento os jovens brincarem com jogos de sangue, violência e tiros. É o que ocorre em muitos vídeos-game eletrônicos. E cenas do tipo acontecem nos RPG tradicionais. A criança ou o jovem precisa passar por esta fase. “É uma maneira adequada de crescer, porque você não prejudica ninguém, você mata apenas um personagem. A criança, jovem, precisa extravasar seu estresse em algo. Que seja em algo saudável, em um jogo, ficção. Realidade é bem diferente”.

Ricardo Ribeiro complementa: “Não acredito nisso. Se assim fosse, as pessoas poderiam sair assassinando todos por ai depois de assistir um filme de suspense ou terror, no cinema. O RPG não influencia ninguém. A não ser que a pessoa já possua algum desequilíbrio. Nesse caso, qualquer coisa (jogos, filmes etc.) pode ser motivo pra alguém cometer esse tipo de loucura. E o RPG vai contra tudo isso, pois é um jogo cooperativo. Ou seja, os jogadores só ganham se permanecerem unidos, com seus personagens ajudando uns aos outros. Se qualquer grupo vier a jogar uns contra os outros, isso pode ser qualquer tipo de jogo, menos RPG! Está na sua essência a característica fundamental da colaboração”.

Então, o RPG tem total capacidade de derrotar esse vilão, o rótulo. E ao derrotar seus vilões e dificuldades, temos o RPG como um instrumento de ensino que tem plena capacidade de vir a ser um recurso de eficaz aplicação para alunos do ensino fundamental e médio, um ótimo complemento, nos ensino público e privado.

Há uma necessidade gritante de modernização e inovação, nos dois setores. Em ambos, o sistema de “grades” impera de forma direta. É necessário “escorregar entre as barras da grade curricular”, como fala Carlos Klimick, ou seja, aproveitar as brechas que os projetos pedagógicos apresentam.

Pois é... Lembram-se do rapaz que adorava o RPG nas aulas de História, citado no começo da reportagem, o Marcel? Ele concorda que o RPG facilitaria o aprendizado, se fosse aproveitado de forma mais sistemática pelas escolas, e conta que desde que conheceu a prática na escola, na quinta-série, é adepto do jogo até hoje. Mas não mais em salas de aula. Marcel marca sessões com os amigos. Ele é narrador de aventuras, que vão exigir dele e de seus colegas pesquisas e, consequentemente, aprendizado. Mesmo fora do compromisso escolar – e sem relação com o conteúdo de aula.


MAIS: Tem mais sim! Um entrevista Ping Pong esclarecedora, boxes de informações úteis sobre RPG e curiosidades, uma planilha explicando passo a passo de como aplicar o RPG em sala de aula além de uma narrativa contanto uma experiência e uma breve bibliografia, que quiser tudo isso, só entrar em contato.

Abraços,

Agnes



terça-feira, 26 de julho de 2011

Duplo - Faixa e Desenho


Olá, muito tempo, não é?
Estava ali perdida entre a vida real e o sonho. Realizando um sonho, na verdade. E ele tem a ver com a faixa que postarei, resultado da arte que eu postei aqui: http://bookofangel.blogspot.com/2011/06/faixa-kaya.html

O resultado ao vivo foi esse:

Na foto, em ordem: Jack, Ritsu, Lia e eu.

Quando eu era novinha, tinha o costume de desenhar, hoje raramente faço isso, apesar de gostar. Postando um desenho meu:



Por hoje é só,

Abraços,

Agnes

domingo, 3 de julho de 2011

Por Dentro - Vídeo



Esse aqui foi um trabalho de vídeo.


Realização: AGNES AVELINO, CIBELE NOGUEIRA DA SILVA DANTAS, FABIO LUIZ BISPO COSTA, JULIANA FERNANDES BRIGATTI, RAFAEL DA COSTA
SUELEN CIRELO ALENCAR. (Descrição nos créditos do vídeo)
Elenco: Agnes Avelino (Eu)

Projeto prático apresentado como exigência para avaliação da matéria “

Linguagem Cinematográfica” do curso de especialização em Cinema, Vídeo e Fotografia – Criação em Multimeios, da Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação da Prof. Inêz Pereira da Luz.


RESUMO
Este projeto tem por objetivo discutir os conceitos e as técnicas usadas para o registro
da matéria e seu tempo dentro de uma produção cinematográfica. A importância da mudança no
processo do registro da matéria com o surgimento do impressionismo na Europa, a importância de um olhar mais critico, desenvolvido para a investigação e descoberta dos detalhes, onde nada é certo e definido e a visão ganha função mais importante pois passa a ser, mais do que nunca,instrumento de conhecimento. Além de compreender como a gestualidade se configura no cotidiano e o processo de manipulação do tempo através de inserção de histórias com longas passagens de tempo em curtos espaços temporais.

Título: Por Dentro




ANEXO

Making off:


Abraços,

Agnes

terça-feira, 28 de junho de 2011

Faixa Kaya

Recentemente tenho trabalhado nas coisas do Fã Clube de Kaya, finalizei a arte da Faixa de recepção dele. Ela vai ser impressa em 2 metros por 80 cm.


Um print do arquivo segue abaixo, o resultado final eu posto quando ela estiver em mãos! (CLIQUE COM O BOTÃO DIREITO: ABRIR EM NOVA GUIA para visualizar a Faixa por inteiro)




Abraços,

Ange

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