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terça-feira, 28 de junho de 2011

Faixa Kaya

Recentemente tenho trabalhado nas coisas do Fã Clube de Kaya, finalizei a arte da Faixa de recepção dele. Ela vai ser impressa em 2 metros por 80 cm.


Um print do arquivo segue abaixo, o resultado final eu posto quando ela estiver em mãos! (CLIQUE COM O BOTÃO DIREITO: ABRIR EM NOVA GUIA para visualizar a Faixa por inteiro)




Abraços,

Ange

terça-feira, 21 de junho de 2011

Banner Kaya

Olá. Sei que disse que continuaria a postar o TCC, mas texto, texto, texto, eu estaria cheia de ler só texto.

Esse meu banner, abaixo, foi construído no Photoshop , fechado em pdf e transformado em banner para um fã-clube que faço parte.

Segue as fotos:















E na prática ficou assim:














Abraços,

Ange

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Apenas uma prosa...

Amanhã continuarei postando o TCC, hoje vai ser rápido. Apenas um textinho em prosa que sempre pode dizer algo a alguém, ou a alguéns.


“ Um dia você vai estar sozinho, vai fechar os olhos e tudo vai estar escuro na sua vida. Os números da sua agenda passarão claramente na sua frente e você não terá nenhum para discar. Sua boca vai tentar chamar alguém, mas não há ninguém solidário o bastante para sair correndo e te dar um abraço, nem te colocar no colo e acariciar seus cabelos até que o mundo pare de girar. E nessa fração de segundos, quando seus pés se perderem do chão, você vai lembrar-se da minha ternura e do meu sorriso. Virão súbitas memórias gostosas dos meus abraços e beijos, da minha preocupação com você e só vão ter algumas músicas repentinas, as nossas. Em um novo momento você vai sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração e vai torcer bem forte para ter o nosso mundinho delicioso de novo. O nome disso é saudade, aquilo que eu tinha e te falava sempre. E quando você finalmente discar o meu número, ele estará ocupado demais, ou nem será mais o mesmo, ou até eu nem queira mais te atender.”



Que seja lido, ao menos!

Abraços,

Ange

sexta-feira, 17 de junho de 2011

RPG, a aventura de ensinar

" Sigam seus corações, estejam com quem vocês querem estar. Descubram a verdade de cada um e sejam felizes. Jamais se esqueçam que todos nasceram para serem amados. Um dia quem sabe, nos reencontraremos numa outra dimensão, onde o tempo corra diferente... Um dia quem sabe..." (Angel Sanctuary)


Hoje continuarei postando a Grande Reportagem com o tema de RPG pedagógico que foi meu TCC.
Para ler a segunda parte: http://bookofangel.blogspot.com/2011/06/continuacao-de-rpg-aventura-de-ensinar.html

RPG, a aventura de ensinar pt3

Segundo o psicólogo Alfeu Marcatto, autor do livro Saindo do Quadro, obra que oferece subsídios para professores que queiram utilizar de RPG em suas aulas, um fator bastante importante do RPG é que se tem a possibilidade de mostrar ao aluno a utilidade da matéria estudada. “Na aula tradicional a tendência é você receber o conteúdo, ali não, no jogo de RPG você tem que praticar aquilo, você tem que usar sua dedicação para resolver os problemas. O movimento é proativo, não é um movimento só passivo. É proativo e isso faz toda diferença.” O psicólogo faz programas de treinamento para professores, ensinando-os usar o RPG como ferramenta em sala de aula.

Além destas, outras características importantes também podem ser estimuladas,
como a capacidade de imaginação e criação. Esta última que é desafiada com frequência no decorrer do jogo, mediante as mais diversas situações, assim como em brincadeiras de faz-de-conta. “Estímulo constante da criatividade dos educandos e do educador, o RPG une a sala de aula e transforma os alunos em pesquisadores críticos e leitores vorazes”, diz o pedagogo especializado em Ludo-criatividade, Rafael Rocha. Motivação e comprometimento com a aula também merecem destaque.
São justamente fatores como a falta de inovação e novas tecnologias de e
nsino que estão em constante defasagem em meio ao processo de educação e causam críticas negativas tanto ao sistema de ensino, quanto à formação de profissionais na área. Alguns dados podem comprovar essa realidade, segundo a Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem a maior taxa (10%.) de abandono escolar no ensino médio dentre Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Dentre esses países, o Brasil está na lanterna na taxa de aprovação no ensino fundamental, com 85,8% e líder em reprovação com 11%. No nível médio, a taxa de aprovação do Brasil ficou em 77% e a de reprovação em 13,1%. O assunto rende opiniões que divergem, mas todas dão voz a algo de importância notável: o futuro dos jovens de nossos bairros, municípios, cidades, estados, de nosso país.
Portanto, com os constantes avanços tecnológicos, é muito importante que alunos e professores e
stejam atentos às novidades e que consigam se adaptar e desenvolver as interações solicitadas durante suas atividades de rotina, aproveitando as vantagens pedagógicas que são oferecidas e idealizando novas ferramentas didáticas. Diante de todas essas mudanças de cenário, surgem algumas perguntas: quais os principais desafios da educação nos dias atuais para os mestres? Por que o RPG pode ser uma alternativa? De que forma o jogo pode contribuir para a formação das crianças e adolescentes?


Ricardo Ribeiro do Amaral,

mestre em Ensino das Ciências, licenciado em

Física e professor do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) avalia que “é preciso apresentar uma educação dinâmica, veloz, motivadora e interativa. Os estudantes atuais têm a informação a alguns cliques de qualquer computador, com o acesso à internet. Para que eles se sintam motivados em aprender na escola, precisam se sentir ativos nesse aprendizado. O professor não é mais o detentor exclusivo ou absoluto da informação.”
Quem compartilha dessa opinião é a pesquisadora e professora de Design da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Eliane Bettocchi Godinho. Ela diz: “A dificuldade está em reconhecer que não apenas o modelo vigente de ensino está obsoleto, mas também os conteúdos”.

Já a professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Magda Medhat Pechliye, doutora em Ciências Biológicas, comenta sobre a formação dos profissionais na área. “Considero que os problemas são muitos, mas destaco a má formação. Os cursos de formação de professores priorizam o conteúdo e não a reflexão.”

Alfeu Marcatto, diz que hoje as pessoas se tornam mais exigentes, tendo uma consciência maior do que elas querem. De repente, estas mesmas pessoas se deparam com, por exemplo, um conteúdo didático que não interessa, que em uma primeira estância, não conseguem ver utilidade para aquilo. Como consequência, não se dedicam: “Antigamente o sujeito tinha que se dedicar porque tinha e pronto. Tinha nota, e aquilo devia ser daquele jeito e ninguém questionava. Hoje as pessoas questionam! No entanto, por outro lado, o aluno passa automaticamente. Sabemos que há essa facilidade. Então, para que estudar aquilo? E não adianta você chegar e dizer “Olha, você precisa se dedicar”, é da própria natureza humana, se você não vê utilidade para “aquilo”, mesmo sendo algo necessário, correto, você não vai querer gastar energia, certo? E é saudável! Porque se não, imagina, a gente gastando energia em coisas inúteis? E que às vezes, é tão inútil para o aluno quanto pro professor. A diferença entre eles é que o último está sendo obrigado a dar aquela aula.”

Por que, por exemplo, um aluno muitas vezes simplesmente não consegue prestar atenção a uma aula de matemática? Pode acontecer dele não se identificar com o professor, com a escola, a matéria, o método usado. Inúmeros são os fatores que podem ser responsáveis por sua desatenção. E é a partir do resultado negativo, gerado por todos estes problemas já mencionados, que o professor pode vir a decidir por inserir um recurso inovador, um diferencial em sua matéria, para tentar resgatar o interesse e a empolgação daquele estudante inicialmente “perdido”. E é onde o RPG entra.

(Continua nos próximos posts )

Abraços,

Ange

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Continuação de RPG, a aventura de ensinar

Insano

Um espelho...
Tal como o da Rainha malvada da Branca-de-Neve.
Oh, doce "Espelho, espelho meu...

Existe alguém mais belo do que eu?"
Eis que assim ele frequenta o País das Maravilhas
Em suas mais doces ilusões e mentiras que o enaltecem...
Pobre dele...
Sonha em ser Branca-de-Neve,

Banca a Alice,
E nem Princesa é!
Agora diga, desse espelho quebrado...
Em qual pedaço perdeu a sua sanidade?

By: Agnes

Mais fragmentos de Rosiel conta esse poema que usei para abrir o post de hoje. Que, na verdade, tem a intenção de continuar o de ontem: "RPG, a aventura de ensinar"Meu TCC sobre RPG pedagógico.

Para ler a primeira parte, clica aqui:
http://bookofangel.blogspot.com/2011/06/rpg-aventura-de-ensinar.html

RPG, a aventura de ensinar - Parte 2

O role playing game, que inicialmente foi criado para ser uma brincadeira de mesa, é um “jogo de representação” ou de “interpretação de papéis” em grupo. Surgiu na década de 1970, nos Estados Unidos, e logo se espalhou pelo mundo, chegando ao Brasil no final de 1980. Além dos participantes, que assumem papéis de personagens, há também a figura de um narrador que, dentro de um sistema de regras, cria histórias recheadas de complicações, problemas, desafios e enigmas a serem resolvidos pelos participantes, que vivenciam os tais papéis em uma determinada história. Durante uma partida, são utilizados dados multifacetados, lápis e papel. Podemos pensar que todo jogo é uma disputa, então, quem ganha o jogo num RPG? Essa idéia não se aplica a esse jogo, não existem ganhadores ou perdedores num RPG. É um jogo em que o grupo de personagens deve trabalhar unido para alcançar o sucesso em suas aventuras. E alcançando esse objetivo da narrativa, todos ganham pontos de experiência e história na vida de sua personagem.

Ensinar é uma tarefa árdua, que exige bastante esforço físico e psicológico, tanto do educador quanto do aluno. Portanto, ao combinar esse jogo com o universo pedagógico, foram feitas algumas adaptações para que o conteúdo se encaixasse aos padrões de um projeto de ensino.

Antes de mais nada, deve-se usar o conteúdo do tema de aula como pano de fundo para essa aplicação. Carlos Klimick, professor e doutor em Letras, especialista no tema, trabalha como “Designer Didático”, ou seja, modela alguns cursos para tornar o conteúdo mais interessante. Ele analisa quais são os efeitos e as contribuições destas adaptações do jogo para o universo pedagógico, apontando as características positivas do RPG que contribuem para o aprendizado.

Se a perspectiva é de cooperação, Klimick diz que o aprendizado não é competitivo, mas cooperativo. Os desafios têm de ser vencidos pelo grupo e em conjunto. Não existem vencedores ou perdedores no RPG. Todos trabalham para resolver as situações-problemas descritas pelo narrador. O especialista também destaca que é possível encontrar vantagens em relação à possibilidade de socialização. Para ele, o RPG com dimensão pedagógica estimula a interação verbal, já que todos os participantes podem opinar, interagir, ajudar no desenrolar da história.

“Ações têm conseqüências, o que você faz em determinada etapa vai ter repercussão à frente”, comenta. Sobre a narratividade, ele lembra que ”histórias são um excelente recurso educacional. Na poética de Aristóteles, ele fala que é prazeroso aprender. Os jesuítas já usavam esse recurso na catequese e nós fazemos isso claramente nas fábulas; qual a moral de chapeuzinho vermelho? É não falar com estranhos. A narratividade tem uma relação natural com a educação”.

Outra vantagem, segundo o especialista, é poder usar vários recursos de linguagem. Há o texto escrito, o oral, gestual, imagem. Vídeos e fotos ajudam a ilustrar imagens de cenários onde se passa a narrativa, assim como auxiliam na visualização física de uma personagem. Por fim, as contribuições se associam ainda ao estímulo à interdisciplinaridade.

“Você pode combinar diferentes disciplinas dentro de uma aventura de RPG. Se você está narrando uma aventura de História, os alunos podem precisar de mapas de territórios – Geografia – ou cálculos para ver em quanto tempo chegariam em tal lugar – Física - entre outras. É um recurso de fácil adaptação, podendo ser aplicado à grandiosa maioria das matérias”, reforça Klimick, um dos organizadores do primeiro livro de jogo de RPG brasileiro, chamado O Desafio dos Bandeirantes, da extinta editora GSA, que tratava de um cenário do Brasil Colônia.

( Continua nos próximos posts!)



terça-feira, 14 de junho de 2011

RPG, a aventura de ensinar

Nada melhor do que misturar um gosto com a obrigação.

Meu TCC de Jornalismo (finalizado em 12/2010) foi uma Grande Reportagem direcionado para a revista Nova Escola com o tema de RPG (role-playing game) como instrumento pedagógico.
O TCC foi apresentado na Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação do professor Francisco Bicudo.
Minha companheira nesse trabalho -que foi realizado em dupla - foi a Amanda Palestino.
Vou posta o trabalho em partes, hoje é a capa diagramada para a revista e o começo da matéria:

RPG, a aventura de Ensinar



Essa matéria contém explicações sobre o jogo e seu uso pedagógico, entrevistas com especialistas no assunto, exemplos de aulas. Então, atenção professor! Vamos deixar sua aula mais divertida e proveitosa?

Vou postar os scans pequenininhos e os textos separados.

RPG, A aventura de ensinar

Agnes Avelino e Amanda Palestino

Depois de mais um dia de aula no Colégio São Paulo, escola particular em que estudava, no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo, o menino Marcel - com 12 anos na época - volta pra casa agitado, cheio de novidades. A mãe, curiosa, pergunta: “Como foi na aula, filho?”. Empolgado, ele responde: “Foi demais! Eu estava na caverna com meus amigos, ventava muito e o frio estava congelante. Mas aí, demos um jeito de fazer fogo esfregando pedras! Conseguimos ficar aquecidos e ainda mantivemos os animais longe da gente!”

O agora jovem rapaz, Marcel Obretch Jr., já com 20 anos, relembra esse episódio aos sorrisos. A dona de casa, Claudia Dias Obrecht, 44 anos, mãe de Marcel, lembra que o filho sempre demonstrou preferência pelas matérias na área de exatas. No entanto, naquele já distante ano de 2002, quando estava na quinta série, o que o garoto mais queria mesmo era que a semana passasse voando e que as terças-feiras chegassem logo, para que pudesse participar das aulas de História. A mãe se alegrava ao vê-lo saindo animado de casa para ir ao Colégio. “Ele me dizia que faziam testes para conseguir fogo, alimentos, armas e vestimentas. E usavam recursos como se realmente fossem personagens pré-históricos”, afirma Claudia.

Marcel conta que, no começo, a resistência e o estranhamento foram grandes. Muitos colegas de classe chamavam o professor “Luis” (a memória falha, ele já não recorda mais o sobrenome) de biruta. Mas com o passar do tempo, todos acabaram percebendo o quanto se divertiam. E aprendiam. “Não parecia uma aula, onde você fica sentado só escutando o que o professor tem a dizer e lendo livros. Afinal, História é uma matéria que pode se tornar muito cansativa e pouco atraente para muitos alunos”. E justamente por conta da maneira como o mestre ensinava, o professor de História é um dos poucos de quem ele se recorda da época de escola. Diz que “Luis” o fazia “vivenciar” o que os pré-históricos tinham vivido, demonstrando de maneira prática como esses homens contribuíram de maneira significativa para a evolução da espécie humana.

Vivenciar a história? Maneira diferente de ensinar? Situações e cenários de representação? Estamos falando do RPG - role playing game - como mais uma ferramenta pedagógica para o educador.

Como se observa, não é de hoje que especialistas e professores estudam o lúdico como estratégia eficiente de ensino. Mas antes, o que vem a ser RPG?



(Continua nos próximos posts!)


Abraços,

Ange


segunda-feira, 13 de junho de 2011

O bom com face de mau

Hoje é dia de conto.

Estou pensando em fazer uma sessão para tutoriais também! Talvez com vídeos, seria legal. É seria, vou fazer na próxima.

Já postei em outro blog que tive ,mas como estou fazendo um novo arquivo... Esse conto faz parte da saga da Taverna da Perdição (Depois explico melhor o que é esse lugar).

Sugestão de música para acompanhar a leitura desse conto: Within Temptation - Our Farewell

O Bom com face de Mau

Sou um anjo com cara de demônio

Sou o bom com face de mau

Sou um anjo em corpo humano

Mente e alma presos neste coro tão profano

Sou um anjo da noite como vários que aqui estão

Sou um que nunca aprendeu a amar e só sofreu por desilusão

Sou um anjo assustado que me abrigo na escuridão

A escuridão é minha casa, a noite é meu mundo

Um mundo de angústia e desilusão

Um mundo que achei que era perfeito, mas que destruiu meu coração...”(Desconhecido)


Eis que as cortinas se abrem, e a primeira protagonista a invadir esta realidade deturpada de um lugar precário assombrado por tantos sofrimentos guardados é mais alguém que vai infectar a atmosfera da Perdition, pobre criança, se soubesse talvez nem tivesse pisado lá dentro, não teria subido naquele palco de aberrações laçada pelas teias macabras do lugar... O sofrimento, a injustiça, são esses tipos sentimentos que faz com que a Perdition atraia as pessoas certas para tecer sua história como num jogo de estratégia.

O que? Uma criança e um bar adulto não combinam? E daí? O sofrimento não escolhe idade, sexo, condição social, raça, nada.

A pequena mulatinha demorou em conseguir empurrar aquela grande porta, seus braços magros quase não agüentaram, mas ela precisava pedir pelo menos um copo de água, há duas noites que ronda procurando por um lugar abrigado, há duas noites que sua vida havia sido condenada. O som da antiga jukebox soava espectral para a menina, acima das vozes e murmúrios, acima do titilar de copos e arrastar de cadeiras, mesmo que o som estivesse baixo naquela parte do bar, a atenção da menina que sequer atingiu a puberdade foi para a música, ouvindo-a como se fosse a coisa mais bela que já ouvira e a fazia suspirar mesmo que o ar que se passava no momento estivesse impregnado dos charutos de um grupos de homens reunidos ali perto em uma das mesas do lugar.

Seu estômago se contraía dolorosamente, a fazia andar um tanto encolhida, os grossos cabelos negros estavam desgrenhados e seus olhos escuros cheios de olheiras carregavam um tom doentio, ela caminhou discretamente, ninguém lhe dava atenção, ela não se importava, só torcia para conseguir ser vista pelo barman e a este dar pena a ponto de conseguir algo.

Frente ao balcão, na ponta dos pés sujos e descalços ele tentava ser vista, mas o balcão era alto, e daria trabalho subir naqueles bancos redondos e giratórios, já estava desistindo quando uma mão lhe estende um copo cheio de leite. Sem pensar e sem olhar para o doador, na fome infantil ela agarra o copo grande com as duas mãos afundando-se nele em goles famintos que lhe manchavam o buço de branco.

O leite que Dreamer deu à criança estava gelado, mas a menina bebia como se estivesse delicioso, a silhueta alta do homem deixava a garota dentro das sombras. Dreamer estava lá no dia, infelizmente ele teve que estar lá. Era duro saber que nas periferias das cidades ainda existem famílias inteiras que se formam sem registro algum e quando morrem, morrem como se nunca tivessem nascido... Há dois dias atrás, dois indigentes foram enterrados sem lápide, sem nada, como animais, num dia chuvoso de maneira que fazia parecer que os céus protestavam, mas cegos e surdos, ninguém nunca ouvia... Dreamer ouvia...

Suas roupas sempre negras, o andar pelos cantos sempre deram a Dreamer a discrição que precisava para assistir as coisas que faziam o mundo gritar. Foram os pais daquela garota que foram enterrados lá. E esses dois dias foram os dias que a menina demorou em conseguir entender que eles não sairiam mais da terra, mesmo sempre dizendo que nunca a deixariam, que a amavam... Agora ouvia outros dizendo que eles haviam sido levados para o céu, mas por que diabos foram para o céu e ela não pôde ir? Ela ficou dois dias lá esperando, debaixo de chuva e vento de outono, já apresentava sintomas fortes de desnutrição e pneumonia, suas lágrimas secaram. Até que as necessidades vitais a fizeram levantar e procurar abrigo, e assim entrou na Perdition.

Os olhos escondidos por trás do capuz do sobretudo de Dreamer julgavam o futuro da garotinha : roubando pra comer, passando de reformatório em reformatório, voltando às ruas e se tornando uma prostituta para continuar viver, e assim seria vida dela, até pegar uma doença sexualmente transmitida ou tendo alguma overdose, ou mesmo, quem sabe, cometendo suicídio...

Nessa história a Taverna só serviu de ponto de encontro, de cenário crucial... Não foi difícil para Dreamer convencer a garota que com ele havia mais copos de leite e que podia levá-la até os papais dela, e também foi fácil passar com garota por uma saída dos fundos sem que fossem notados.

A pequena entrou sem ser reparada, e saiu da mesma forma.

Era para o estacionamento dos fundos que aquela porta levava, o chão era de terra, havia muitos poucos carros lá, o terreno era fechado por arame farpado, e de grande extensão. O terreno disforme não marcava os passos, uma parede fria em que ele se encostou sob uma sombra, agachado a altura da menina que curiosamente tentava lhe enxergar o rosto por dentro do capuz escuro, ainda com o buço branco de leite, Dreamer a abraçou, seus braços grandes perto da garota envolveram a nuca e cabeça... Lágrimas brotaram por detrás do capuz, e então com um movimento rápido, sem grito, sem lástima, sem piedade, o pescoço da garota é quebrado como de fosse um graveto e ela morre em seus braços, desfalecendo como uma boneca quebrada e sem vida. A promessa foi cumprida.

Dreamer seria um anjo que a salvou de um trágico destino, ou um sádico demônio se alimentando das dores dos outros e roubando mais uma vida inocente? Só se sabe que ele ouviu o grito de seu coração, e a sua morte ele chorou.

Como o mundo pode continuar?

By: Ange


Abraços


domingo, 12 de junho de 2011

Cores do dia

Olá!

Aqui está mais um ensaio fotográfico. Dessa vez realizado para meu 6º semestre, já tem um tempinho.
Me preocupei mais em estudar o foco e as cores.
A modelo é Jacqueline S. M. Lima e a maioria das fotos foi tirada na Universidade Anhembi Morumbi, campus do Morumbi.

Segue:
Essa última foi just for fun rs


Abraços,

Ange

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Samurai Urbano

Certa vez tive um trabalho de fotografia para fazer, usar alguns fotógrafos de inspiração e realizar um ensaio. Isso foi mais ou menos em abril desse ano.


As fotos retratam um Samurai, claro, nada comum, nada tradicionalístico, tem elementos da cidade grande e moderna, e o fator desse samurai ser, na verdade, uma mulher.

As fotos foram realizadas com uma câmera semi-profissional e a modelo é minha amiga, Juliana Brigatti.

Segue:

Até breve,


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ange's Word


O blog tem o objetivo de divulgar meus trabalhos servindo como um arquivo pessoal ou até mesmo um portfólio profissional.

Aqui mostrará a minha identidade, meus gostos e meu estilo.

Um baú de sonhos, um livro de recordações, literatura, curiosidades. Tudo aqui sou eu, tudo aqui eu quero guardar.

Tenho um alter-ego que às vezes fala por mim. É meu anjo, chamo-o de anjo às vezes e outras de Rosiel, de Rochel, de Roshieru, vai depender do contexto. Então, nada melhor que abrir com as palavras e a mente dele:

Heresia

" Ele cheirava como os anjos deviam ser. Quase parecia brilhar ali dentro, mesmo que suas roupas fossem negras e lustrosas, calças justas às coxas, blusa de gola alta que , de curta, quase lhe deixava o umbigo aparecer de seu corpo esguio e andrógino. Riu sem disfarçar do desastrado jovem padre, tampando a própria boca com os dedos que ficavam fora da luva que lhe cobria a palma e os braços. Depois se aproximou daquela grade de madeira, seu nariz quase grudado ali, seus dedos de longas unhas aparecendo entre os buracos da grade que os separava de forma tão simbólica e efêmera.
- Eu vi. Vi os desejos de um jovem padre. Vi ele “empolgado” com figuras divinas, sendo levado pelo desejo carnal. Vi. Ele. Um condenado por sua espécie. Espécie que é o câncer do mundo atual. Eu vi...
Se remexeu do outro lado, desse vez quase colando os lábios na madeira pra poder cochichar ao jovem padre.
- Mas sabe qual é a pior parte? ...
Pausou novamente enquanto esticava um sorriso em seus lábios tenros e cheios de malícias em suas palavras parafraseadas e distribuídas com o veneno de seu tom suave e presente.
- Eu não me arrependo.
Nem tenho porquê, minha alma já está no Paraíso."

São trechos da mente e história desse anjo, são pequenos contos tirados de uma história massiva que postarei as partes que achar conveniente.


Até breve,

Ange