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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Continuação de RPG, a aventura de ensinar

Insano

Um espelho...
Tal como o da Rainha malvada da Branca-de-Neve.
Oh, doce "Espelho, espelho meu...

Existe alguém mais belo do que eu?"
Eis que assim ele frequenta o País das Maravilhas
Em suas mais doces ilusões e mentiras que o enaltecem...
Pobre dele...
Sonha em ser Branca-de-Neve,

Banca a Alice,
E nem Princesa é!
Agora diga, desse espelho quebrado...
Em qual pedaço perdeu a sua sanidade?

By: Agnes

Mais fragmentos de Rosiel conta esse poema que usei para abrir o post de hoje. Que, na verdade, tem a intenção de continuar o de ontem: "RPG, a aventura de ensinar"Meu TCC sobre RPG pedagógico.

Para ler a primeira parte, clica aqui:
http://bookofangel.blogspot.com/2011/06/rpg-aventura-de-ensinar.html

RPG, a aventura de ensinar - Parte 2

O role playing game, que inicialmente foi criado para ser uma brincadeira de mesa, é um “jogo de representação” ou de “interpretação de papéis” em grupo. Surgiu na década de 1970, nos Estados Unidos, e logo se espalhou pelo mundo, chegando ao Brasil no final de 1980. Além dos participantes, que assumem papéis de personagens, há também a figura de um narrador que, dentro de um sistema de regras, cria histórias recheadas de complicações, problemas, desafios e enigmas a serem resolvidos pelos participantes, que vivenciam os tais papéis em uma determinada história. Durante uma partida, são utilizados dados multifacetados, lápis e papel. Podemos pensar que todo jogo é uma disputa, então, quem ganha o jogo num RPG? Essa idéia não se aplica a esse jogo, não existem ganhadores ou perdedores num RPG. É um jogo em que o grupo de personagens deve trabalhar unido para alcançar o sucesso em suas aventuras. E alcançando esse objetivo da narrativa, todos ganham pontos de experiência e história na vida de sua personagem.

Ensinar é uma tarefa árdua, que exige bastante esforço físico e psicológico, tanto do educador quanto do aluno. Portanto, ao combinar esse jogo com o universo pedagógico, foram feitas algumas adaptações para que o conteúdo se encaixasse aos padrões de um projeto de ensino.

Antes de mais nada, deve-se usar o conteúdo do tema de aula como pano de fundo para essa aplicação. Carlos Klimick, professor e doutor em Letras, especialista no tema, trabalha como “Designer Didático”, ou seja, modela alguns cursos para tornar o conteúdo mais interessante. Ele analisa quais são os efeitos e as contribuições destas adaptações do jogo para o universo pedagógico, apontando as características positivas do RPG que contribuem para o aprendizado.

Se a perspectiva é de cooperação, Klimick diz que o aprendizado não é competitivo, mas cooperativo. Os desafios têm de ser vencidos pelo grupo e em conjunto. Não existem vencedores ou perdedores no RPG. Todos trabalham para resolver as situações-problemas descritas pelo narrador. O especialista também destaca que é possível encontrar vantagens em relação à possibilidade de socialização. Para ele, o RPG com dimensão pedagógica estimula a interação verbal, já que todos os participantes podem opinar, interagir, ajudar no desenrolar da história.

“Ações têm conseqüências, o que você faz em determinada etapa vai ter repercussão à frente”, comenta. Sobre a narratividade, ele lembra que ”histórias são um excelente recurso educacional. Na poética de Aristóteles, ele fala que é prazeroso aprender. Os jesuítas já usavam esse recurso na catequese e nós fazemos isso claramente nas fábulas; qual a moral de chapeuzinho vermelho? É não falar com estranhos. A narratividade tem uma relação natural com a educação”.

Outra vantagem, segundo o especialista, é poder usar vários recursos de linguagem. Há o texto escrito, o oral, gestual, imagem. Vídeos e fotos ajudam a ilustrar imagens de cenários onde se passa a narrativa, assim como auxiliam na visualização física de uma personagem. Por fim, as contribuições se associam ainda ao estímulo à interdisciplinaridade.

“Você pode combinar diferentes disciplinas dentro de uma aventura de RPG. Se você está narrando uma aventura de História, os alunos podem precisar de mapas de territórios – Geografia – ou cálculos para ver em quanto tempo chegariam em tal lugar – Física - entre outras. É um recurso de fácil adaptação, podendo ser aplicado à grandiosa maioria das matérias”, reforça Klimick, um dos organizadores do primeiro livro de jogo de RPG brasileiro, chamado O Desafio dos Bandeirantes, da extinta editora GSA, que tratava de um cenário do Brasil Colônia.

( Continua nos próximos posts!)



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