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sexta-feira, 17 de junho de 2011

RPG, a aventura de ensinar

" Sigam seus corações, estejam com quem vocês querem estar. Descubram a verdade de cada um e sejam felizes. Jamais se esqueçam que todos nasceram para serem amados. Um dia quem sabe, nos reencontraremos numa outra dimensão, onde o tempo corra diferente... Um dia quem sabe..." (Angel Sanctuary)


Hoje continuarei postando a Grande Reportagem com o tema de RPG pedagógico que foi meu TCC.
Para ler a segunda parte: http://bookofangel.blogspot.com/2011/06/continuacao-de-rpg-aventura-de-ensinar.html

RPG, a aventura de ensinar pt3

Segundo o psicólogo Alfeu Marcatto, autor do livro Saindo do Quadro, obra que oferece subsídios para professores que queiram utilizar de RPG em suas aulas, um fator bastante importante do RPG é que se tem a possibilidade de mostrar ao aluno a utilidade da matéria estudada. “Na aula tradicional a tendência é você receber o conteúdo, ali não, no jogo de RPG você tem que praticar aquilo, você tem que usar sua dedicação para resolver os problemas. O movimento é proativo, não é um movimento só passivo. É proativo e isso faz toda diferença.” O psicólogo faz programas de treinamento para professores, ensinando-os usar o RPG como ferramenta em sala de aula.

Além destas, outras características importantes também podem ser estimuladas,
como a capacidade de imaginação e criação. Esta última que é desafiada com frequência no decorrer do jogo, mediante as mais diversas situações, assim como em brincadeiras de faz-de-conta. “Estímulo constante da criatividade dos educandos e do educador, o RPG une a sala de aula e transforma os alunos em pesquisadores críticos e leitores vorazes”, diz o pedagogo especializado em Ludo-criatividade, Rafael Rocha. Motivação e comprometimento com a aula também merecem destaque.
São justamente fatores como a falta de inovação e novas tecnologias de e
nsino que estão em constante defasagem em meio ao processo de educação e causam críticas negativas tanto ao sistema de ensino, quanto à formação de profissionais na área. Alguns dados podem comprovar essa realidade, segundo a Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem a maior taxa (10%.) de abandono escolar no ensino médio dentre Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Dentre esses países, o Brasil está na lanterna na taxa de aprovação no ensino fundamental, com 85,8% e líder em reprovação com 11%. No nível médio, a taxa de aprovação do Brasil ficou em 77% e a de reprovação em 13,1%. O assunto rende opiniões que divergem, mas todas dão voz a algo de importância notável: o futuro dos jovens de nossos bairros, municípios, cidades, estados, de nosso país.
Portanto, com os constantes avanços tecnológicos, é muito importante que alunos e professores e
stejam atentos às novidades e que consigam se adaptar e desenvolver as interações solicitadas durante suas atividades de rotina, aproveitando as vantagens pedagógicas que são oferecidas e idealizando novas ferramentas didáticas. Diante de todas essas mudanças de cenário, surgem algumas perguntas: quais os principais desafios da educação nos dias atuais para os mestres? Por que o RPG pode ser uma alternativa? De que forma o jogo pode contribuir para a formação das crianças e adolescentes?


Ricardo Ribeiro do Amaral,

mestre em Ensino das Ciências, licenciado em

Física e professor do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) avalia que “é preciso apresentar uma educação dinâmica, veloz, motivadora e interativa. Os estudantes atuais têm a informação a alguns cliques de qualquer computador, com o acesso à internet. Para que eles se sintam motivados em aprender na escola, precisam se sentir ativos nesse aprendizado. O professor não é mais o detentor exclusivo ou absoluto da informação.”
Quem compartilha dessa opinião é a pesquisadora e professora de Design da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Eliane Bettocchi Godinho. Ela diz: “A dificuldade está em reconhecer que não apenas o modelo vigente de ensino está obsoleto, mas também os conteúdos”.

Já a professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Magda Medhat Pechliye, doutora em Ciências Biológicas, comenta sobre a formação dos profissionais na área. “Considero que os problemas são muitos, mas destaco a má formação. Os cursos de formação de professores priorizam o conteúdo e não a reflexão.”

Alfeu Marcatto, diz que hoje as pessoas se tornam mais exigentes, tendo uma consciência maior do que elas querem. De repente, estas mesmas pessoas se deparam com, por exemplo, um conteúdo didático que não interessa, que em uma primeira estância, não conseguem ver utilidade para aquilo. Como consequência, não se dedicam: “Antigamente o sujeito tinha que se dedicar porque tinha e pronto. Tinha nota, e aquilo devia ser daquele jeito e ninguém questionava. Hoje as pessoas questionam! No entanto, por outro lado, o aluno passa automaticamente. Sabemos que há essa facilidade. Então, para que estudar aquilo? E não adianta você chegar e dizer “Olha, você precisa se dedicar”, é da própria natureza humana, se você não vê utilidade para “aquilo”, mesmo sendo algo necessário, correto, você não vai querer gastar energia, certo? E é saudável! Porque se não, imagina, a gente gastando energia em coisas inúteis? E que às vezes, é tão inútil para o aluno quanto pro professor. A diferença entre eles é que o último está sendo obrigado a dar aquela aula.”

Por que, por exemplo, um aluno muitas vezes simplesmente não consegue prestar atenção a uma aula de matemática? Pode acontecer dele não se identificar com o professor, com a escola, a matéria, o método usado. Inúmeros são os fatores que podem ser responsáveis por sua desatenção. E é a partir do resultado negativo, gerado por todos estes problemas já mencionados, que o professor pode vir a decidir por inserir um recurso inovador, um diferencial em sua matéria, para tentar resgatar o interesse e a empolgação daquele estudante inicialmente “perdido”. E é onde o RPG entra.

(Continua nos próximos posts )

Abraços,

Ange

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